Para que determinadas coisas aconteçam, é necessário que o universo conspire de maneira muito especial, Top Gear é uma destas coisas. Para quem não conhece, estou me referindo ao melhor programa sobre carros que existe, exibido pela BBC2 na Inglaterra e pela BBC Internacional, e que tem segundo a Reuters, a impressionante audiência de 350 MILHÕES de pessoas em todo o mundo, isso é quase duas vezes a população do Brasil!
Mas deixem-me explicar a “conspiração do universo” bem do começo. Na Inglaterra, em 1949, foi implantada uma taxa anual que todo inglês abaixo de 75 anos paga por cada televisor que tenha em casa. Esta taxa varia de £59 por televisor preto e branco até £139,50 por televisor colorido, com exceção à cegos e pobres, que têm um regime especial e pagam menos.
Mas não se engane, o dinheiro da taxa não é para que o governo financie uma televisão, e a aparelhe ao seu deleite, não tem nada com isso. O dinheiro da taxa vai direto para os cofres da BBC, para que esta de maneira INDEPENDENTE, sem nenhuma interferência política ou econômica, já que não depende da venda de comerciais, se dedique a prover ao povo inglês, e ao mundo, uma programação de qualidade em cinco estações de rádio, quatro de televisão, e em sua operação de internet (já notaram que não têm anúncios no site BBC.co.uk?).
Foi neste ambiente que um cidadão chamado Jeremy Calrkson, idealizou o Top Gear, e teve a idéia bancada pela BBC. Então imaginem o cenário, um programa sobre carros, em uma emissora que não precisa se preocupar com nenhum fabricante de automóveis, já que não vende publicidade para eles, e que tem dinheiro para bancar idéias extremas como a do show. Foi assim que nasceu em 1988 o Top Gear, em seu formato original. O programa foi re-formatado em 2002 para o padrão que segue atualmente.
Entrando no lugar comum, eu preciso dizer isso antes de falar sobre o show: esqueça todos os programas sobre automóveis que você já assistiu, o Auto Esporte, da Globo, não tem capacidade de servir cafezinho ao show inglês, aliás, a palavra show nunca foi tão bem empregada.
Na extensão da postagem, eu falo de alguns pontos do programa, e publico vários vídeos que ilustram a minha admiração pelo show. Sugiro uma xícara de café, ou se ainda for sexta-feira, uma cerveja geladíssima para o deleite ser ainda maior.
A Fotografia
Antes de qualquer coisa eu TENHO que falar da fotografia do Top Gear, ela é disparada a melhor fotografia da televisão mundial. As imagens são simplesmente deslumbrantes, abaixo eu selecionei dois vídeos que vão praticamente obrigar você, caro leitor, a concordar comigo.
A estrada mais bonita do mundo, entre Davos na Suíça, e Stelvio Pass na Itália. Eu não lembro de jamais ter visto algo tão bonito na televisão.
Abaixo, Chrysler 300C vs. Vauxhall Monara vs. Jaguar S-Type na beira da praia. Eu não encontrei a parte 1 deste vídeo, mas os carros chegam lá de avião!
Os Apresentadores
Grande parte do sucesso que o show tem na fase atual se deve à perfeita química que há entre os apresentadores. Jeremy Clarkson, que como eu disse acima também é um dos seus idealizadores, é um inglês bonachão de quase dois metros de altura, muito cínico, irônico e sem meias palavras. Para ele dizer que uma Mercedes ou uma BMW são uma merda, literalmente falando, não precisa muito. Some isso a uma atitude que passa muito longe do que se pode considerar politicamente correto, e um desprezo total pelos norte americanos.
Jeremy Clarkson disse que comeria seu próprio cabelo caso um carro conceito da Vaxhaull (marca da GM), viesse a ser o próximo Astra, abaixo, ele tenta cumprir a palavra. E no vídeo seguinte ele trafega com o menor carro do mundo pelos corredores da BBC.
A persona criada por Jeremy Clarkson é tão forte, que os outros dois apresentadores junto são o seu contraponto. A persona de James May é a do inglês que está entre o aristocrático e o lerdo, no trio é quem mais faz “escada” para as tiradas de humor que o show tanto exibe, seu apelido é “Capitain Slow” (Capitão Lento), por motivos óbvios. A segunda parte do contraponto, é Richard Hammond, a persona dele é o cara boa praça, jovial e pop. É o típico piloto de corridas, baixo e magro, o que lhe faz valer o apelido de “Hamster” entre os fãs, sempre que o desafio exige um piloto, no sentido mais literal da palavra, é ele o escolhido, coisa que quase lhe custou a vida ano passado quando capotou em um carro-foguete.
A Estrutura, e os testes.
O “set” do programa é o galpão de um antigo aeródromo de Dunsfold. A pista do aeródromo é usada para os mais diversos testes, como o de carro de melhor performance, que é testada por um piloto chamado de “The Stig”, que está sempre com a viseira baixada e não pode ser identificado. Entre os que já personificaram o Stig, um dos mais famosos foi, supostamente, o ex-campeão de Formula 1, Damon Hill.
“The Stig” no Ascari A10, batendo o recorde de velocidade da pista ano passado, e logo em seguida uma parte do episódio que foi ao ar dia 20/07/2008, com um carro alemão de construção artesanal, e que utiliza mecânica Audi, chamado Gumpert Apollo batendo novamente o recorde.
Os testes absurdos
Os testes absurdos são um caso a parte no Top Gear, e certamente um dos grandes motivos do sucesso do programa, seja fazendo carros anfíbios, seja construindo uma estrada (sim, eles fizeram isso), seja incendiando um trailler, você dobra de rir com o programa.
Colocando um Bugatti Veyron para “bater pega” com um Eurofighter (caça a jato)…
Como destruir uma Toyota Hilux
Cruzando o Canal da Mancha em carros,quer dizer, em um carro “anfíbio”…
Quem acelera mais, um jato decolando ou um Jaguar “mexido”?
As fontes usadas neste post são primariamente a Wikipedia e o IMDB
Créditos para Autozine
Agora vai uma parte do episódio que aconteceu aqui na América Latina. As outras partes encontram-se a disposição no Youtube. Lembrando que a maioria dos vídeos está com a imagem invertida devido a questões de direitos autorais (Isso explica o mapa "ao contrário" no começo do vídeo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário